sábado, 6 de setembro de 2014

Dilma, coração valente.

Hoje eu estive na plenária das mulheres com Dilma, junto com companheiras da Marcha Mundial de Mulheres e das mulheres da Consulta Popular.

Juntas, nós colhemos milhares de votos para o plebiscito popular, entre as mulheres que entraram no ginásio e as mulheres que ficaram do lado de fora, todas juntas com Dilma.

Cantamos a música “Dilma, coração valente” tantas vezes que quase decoramos inteira, e já estamos inventando uma coreografia para dançar com a Dilma Bolada.

E eu canto “Dilma” com tranquilidade no meu coração porque sei que hoje é a melhor alternativa para o povo brasileiro, porque sei que os últimos doze anos foram bonitos e bons para o povo brasileiro, que a vida melhorou. Que não fez reformas estruturais, mas abalou em pilares estruturais do sistema capitalista-patriarcal-racista. Que fez o REUNI, o PROUNI, o FIES. Que tirou as mulheres negras nordestinas da semi-escravidão que sempre foi a vida da “doméstica” no brasil porque transformou em TRABALHADORA. Que a filha da doméstica também pode virar doutora.

Eu não acho que o governo Dilma vai ser o socialismo, longe disso. Mas eu sei que a verdadeira disputa tem esse projeto de um lado, extremamente limitado, de caráter neo-desenvolvimentista, que tem sido melhor pra vida da classe trabalhadora, porque com mais emprego e mais crescimento e mais escolarização e mais produção mais sonho melhor para a vida das mulheres, negros, lgbt, indígenas. E o projeto ortodoxo-conservador que “libera o mercado” (o que significa priatizar tudo e deixar os bancos mandarem) e é extremamente reacionário, fundamentalista, agronegócio, etc.

Acho que qualquer disputa que não enxerga que essa é a disputa central pra mim está errada, e é esquerdista ou oportunista ou ambos e é coisa de gente que se preocupa mais em parecer revolucionário do que em viver de verdade a vida do povo. É claro que tem muita gente boa nos partidos “mais socialistas”, mas acredito que se miram a Dilma como inimiga nessas eleições estão errando de lado.

Essas eleições é uma disputa de classes. Entre os filhotes da ditadura, o agronegócio, as famílias que mandam na mídia, a militarização, o racismo, o machismo, a violência policial, o genocídio. Entre gente que não tem coerência, que não tem a tradição e o compromisso com o partido, com o coletivo (por pior que o coletivo seja). porque por pior que o coletivo seja ele é melhor do que as pessoas que abandonam o coletivo e vão atrás da política como carreira de sucesso individual. gente que não tem coerência com a própria história.

Hoje no ato das mulheres com Dilma subiram no palco as mulheres companheiras que foram presas junto com ela, que dividiram cela com ela durante anos. Eu admiro cada uma daquelas senhoras. Daquelas guerrilheiras. Daquelas lutadoras do povo brasileiro. Eu chorei naquela hora, vendo aquelas mulheres. Eu quero ser a continuidade da luta delas. Eu quero rever a lei da Anistia.

E a Dilma agradeceu aquelas mulheres que dividiram cela com ela. Todas guerreiras. Dilma sabe que se tem um lado é do lado delas. Foi por isso que afirmou "Se tem uma coisa que nós não somos aqui, é vira-casaca. Quando você tem um lado, pode até lutar por ele, pode até ir pra prisão", contou dos quase três anos em que ficou presa e foi torturada por lutar pela democracia. "Pode pressionar, que você não muda de posição. Ou você tem convicção naquilo que acredita, ou não tem força para lutar e para conquistar".

É isso. Sei que se existe alguma chance concreta para que a vida do povo brasileiro siga melhorando essa alternativa não é com Marina. Nem com Luciana, por mais que ela seja uma pessoa legal acho que desvia demais o foco. Porque hoje ou você está com Dilma, ou está contra o povo.

Mas hoje também – e esse foi o ponto com o que Dilma encerrou seu discurso no ato das mulheres – foi dia de Plebiscito Constituinte. Estendemos uma faixa "Dilm, vota sim! Constituinte Já!". Enfrentamos gente que não queria que a gente mostrasse a faixa, que disse que a gente tumutuou, enfrentamos uma fila absurda (Dilmãe, você atiçou a mulherada, tem que acolher a gente num lugar maior, pra caber todo mundo, pra ser só amor!), cotoveladas, calor, sol, trânsito... Levamos urna. Você até falou que vai votar, né? Mas parece que vai votar amanhã.

Mas você disse, com todas as letras, pra gente:

“E ali estão colocando uma questão importante. O Brasil precisa de uma reforma política. O Brasil precisa de uma reforma política. Quando, logo depois das manifestações de julho, nós enviamos para o congresso uma proposta de plebiscito. Nós não conseguimos passar essa proposta de plebiscito. Por que? Porque ninguém reforma a si mesmo. Então eu quero dizer pra vocês: EU SÓ ACREDITO EM REFORMA POLÍTICA COM A PARTICIPAÇÃO POPULAR, COM A FORÇA DA PRESENÇA DO POVO NAS RUAS DIZENDO QUAL É A REFORMA POLÍTICA QUE NÓS VAMOS ADOTAR. É assim que eu acredito em reforma política. E quero dizer pra vocês: seja da forma que seja nós temos que garantir a consulta ao povo brasileiro. É isso que vai dar força para fazer a reforma necessária nesse país país. Reforma pra que? Pra que o estado brasileiro seja mais transparente, para que não haja corrupção, não se desvie dinheiro público, se controle a forma pela qual se fazem eleições nesse país. Então eu quero dizer , encerrando esse ato, que nesse processo as mulheres desse país são guerreiras. E nós mulheres somos desse jeito. A gente encasqueta com alguma coisa e vai até o fim. Então ENCASQUETEM. Encasquetem nessa eleição. Teimem. Não desistam. Porque nós mulheres sempre acreditamos na nossa família, nos nossos filhos e nos nosso país.”

A Dilma me conquistou.

Foi assim.



Fala da Dilma em:
https://www.youtube.com/watch?v=bYZqFAE5EsM







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